terça-feira, 31 de março de 2009

Quando a "verdade" dói

"A verdade dói", diz o adágio popular. Sempre achei isso uma tremenda estupidez. Mas, se você sublimar o sentido superficial, de mulherzinha-arrependida-por-falar-mais-que-a-boca, até que faz sentido. Já imaginou se tivéssemos o conhecimento pleno, exato e irrestrito sobre tudo? Um horror. Nossa vida seria literal, literalmente - não sei vocês, mas eu preferiria a morte a viver sem uma metáfora. Ainda bem que isso é só uma conjectura. Ou quase. Em diversas oportunidades, a publicidade nos oferece a possibilidade de ver o mundo ao pé da letra. Isso ocorre quando o recurso da impossível literalidade das coisas é utilizado para nos surpreender com as "verdadeiras" features de determinados produtos ou serviços. Às vezes funciona. Às vezes... Bom, às vezes, dá em campanhas como esta abaixo, da Samsung. Para promover o efeito 360° de suas novas câmeras de segurança, foi preciso desfigurar o rosto das pessoas supostamente captadas pela lente do equipamento. Realmente, a verdade dói. Dói de ver.

Um verdadeiro negócio de merda

Em virtude do avançado estágio econômico em que o mundo se encontra, é natural termos a sensação de que não há mais nichos de mercado a serem explorados. De maneira geral, a impressão é que todas as possibilidades de negócios já foram implementadas. Mas não é bem assim. Recorrentemente somos surpreendidos por novas iniciativas, novos empreendimentos. Quando isso ocorre, percebemos que nem mesmo nossas necessidades mais básicas são supridas pelos produtos e serviços disponíveis. Nem mesmo as fisiológicas. Que o diga o recém lançado "Shit Box", o sanitário portátil articulado de papelão, com 10 recargas descartáveis, feito especificamente para uso externo (?). Agora, por menos de £ 16, pescarias, acampamentos e tudo quanto é programa de índio dispensam as tão maltratadas moitas.





Chartmaniac

Confesso que tenho verdadeira tara por um diagrama, pervertido que sou pela simetria. Acho o máximo a capacidade que o mecanismo possui de transmitir uma tese de maneira elucidativa, estruturada e sintética. Ainda que a tese a ser transmitida seja uma tremenda bobagem. Quer um exemplo? Confira o diagrama que segue. Ele expõe a origem etimológica dos nomes das bandas de heavy metal a partir de cinco palavras-chave. Maior estupidez e irrelevância, impossível. Mesmo assim, é extremamente eficaz pela compreensão que nos oferece acerca do tema. Uma beleza.


domingo, 29 de março de 2009

A próxima banda de sucesso

Este post antecipa a próxima banda de sucesso no Brasil - que, certeza, você nunca ouviu falar. Até agora, pelo menos. Escutei o som pela primeira vez sem querer, sem prestar atenção e sem pretensão. Mas ali, na hora, gostei. Para conferir melhor depois, anotei o nome: "Druques". A sensação positiva de outrora se confirmou. A música é boa, a banda consistente. Na música, nota-se um sincretismo de Gram com Los Hermanos aqui, de Hives com Strokes acolá. Na banda, é possível enxergar verdadeiro lastro intelectual entre os integrantes - a não ser que a camada de verniz seja bem reforçada. Vou dar dois exemplos apenas, para não ficar pedante. Primeiro: o nome da banda vem de "drugui", que no vocabulário nadsat (criado por Anthony Burgess para os diálogos dos delinqüentes em Laranja Mecânica) significa "jovem". Segundo: o videoclipe que segue abaixo, da música "Não Assim", é uma homenagem ao cineasta dinamarquês Lars von Trier e ao filme "Dançando no Escuro". Enjoados os tais Druques.


Repúdio oficializado

Mensagem de esclarecimento aos leitores (se é que existem): Marketing&Stuff ignora e repudia o Novo Acordo Ortográfico, embora respeite e estimule às demais normas estilísticas da palavra escrita. A razão é muito séria: a vida neste país perde muito da sua graça (se não perde totalmente) sem a existência do trema. Aqui, a eloqüência jamais será sequestrada.

O micro-universo na Food Art

Há um bom tempo, divulguei aqui a obra de um artista plástico inglês que, utilizando personagens em miniatura e cenários em tamanho real, encenava situações cotidianas urbanas com peculiar verosimilhança. Com uma proposta bastante similar, Akiko Ida e Pierre Javelle são atualmente os maiores nomes da Food Art, vertente que reúne obras feitas a partir de alimentos verdadeiros. Nesse, como no outro caso, a perspectiva é fundamental para valorar o efeito real de cada peça.






Mais pessoas vão parar no analista

Quase tudo já foi dito sobre a nova campanha global da Visa, "More people Go with Visa". Concordo com a avaliação geral do que li: o pretensioso universalismo não funciona - a começar pela inflexão do verbo "to go" em outras línguas. Não vou repetir a mesma cantinela. Mas devido ao megalômano plano de mídia, e a exaustiva exposição a que fui submetido, não consegui me furtar a fazer uma constatação. O que é essa locução feita pelo Antonio Fagundes? É uma campanha pela depressão profunda coletiva? Não, porque minha vontade, sempre que ouço a interpretação que o consagrado ator dá ao roteiro, é tomar um coquetel de Prozac.


PS: Jamais promoveria aqui o video da campanha. A não ser que fosse proprietário de um consultório de análise ou uma drogaria. Não é caso.

O cavaleiro do timming perfeito

Sabe aquela máxima de comprar na baixa e vender na alta? Tem muita gente que acha que é uma utopia do mundo dos negócios. Que o timming mercadológico perfeito seria algo impensável, inalcansável. Sei não. Richard Branson, digo "sir" Richard Branson, me fez refletir sobre a veracidade desta questão. O inglês, disléxico, bilionário e ambientalista foi destaque na abertura da temporada do mundial de F1, na Austrália. Onipresente na transmissão do GP de Merlborne, foi flagrado nos boxes, paddock, em tudo quanto era lugar, sempre sorridente - com aquele sorriso que só o total o desespero ou a plena sapiência são capazes de provocar. Não era para menos. Branson acabara de oficializar uma agressiva ação de marketing esportivo: o grupo Virgin, do qual é dono, tornou-se o primeiro (e único, até o momento) patrocinador da Brawn GP, que há 20 dias estava praticamente morta, após ser largada à própria sorte pela Honda, ter passado o pires para meio mundo sem arrecadar um centavo e, enfim, ter se resignado com o seu inevitável fim. Quando estava à beira da cova, ressuscitou pela iniciativa solitária do engenheiro que dá nome à equipe. E neste final de semana trilhou o glorioso percurso rumo ao pódio, com Jenson Button em primeiro lugar e Rubens Barrichello em segundo. Tudo com o apoio do cavaleiro-mecenas e a consequente super exposição de sua marca.

sábado, 28 de março de 2009

Cartografia psicossomática

A artista Emily Wick redesenhou o mapa político dos Estados Unidos com base nos lemas (em alguns casos, verdadeiros clichês) de cada um dos 50 estados que compõem o país. O resultado final ilustra bem os aspectos mais peculiares da multifacetada nação norte-americana, seja em relação à agressividade financeira, ao conservadorismo religioso, ou à supremacia do individualismo. Sem falar que alguns lemas são bastante engraçados. É o caso da mensagem de Maryland, que prega alguma coisa como: "Atos másculos, palavras femininas".


Torturando nosso organismo

Para promover uma vida saudável, a rede mexicana de restaurantes La Buena Tierra, especializada em alimentos orgânicos, decidiu revelar ao mundo o mal que a ingestão de fast food provoca em nosso organismo. Até aí, nada de mais. Nada diferente do usual. Verdade, não fosse o fato de que nesse caso o "mal" é acompanhado do "mau". Explico: diferentemente da desgastada exposição de índices que personificam o "mal", como o colesterol, a pressão etc e tal, a campanha "Come más Sano" retrata hamburgueres, hot-dogs e refrigerantes como verdadeiros antagonistas na história da nossa saúde. São impiedosos vilões, que torturam suas vítimas (intestino, coração, estômago) com destreza, descaso e perversidade.





sexta-feira, 27 de março de 2009

Dignidade para todas as idéias!

Qualificar uma idéia de "boa" ou "ruim" é das práticas mais cruéis que existem no mundo da publicidade. Todos os anos, milhares de idéias inocentes são descartadas já nos brainstorms. Um verdadeiro genocídio criativo. Para acabar com tamanha arbitrariedade, foi criada em 2005 a entidade sem fins lucrativos “The People for the Ethical Treatment of Ideas”. Desde então, a situação precária e humilhante que as idéias esquecidas enfrentam está sendo denunciada, como mostra o filme abaixo.

quinta-feira, 26 de março de 2009

Heróis de ontem e hoje

A "War Child", instituição internacional de assistência a crianças em zonas de conflito, acaba de lançar uma iniciativa bem interessante para arrecadar recursos para a causa. Tá certo, você acertou, é um CD beneficente. Mas não um CD qualquer. Este possui um diferencial importante, que faz o projeto artístico ter valor próprio, independente da sua (nobre) finalidade assistencial. Para começar, a entidade convidou 15 consagrados artistas da música. Depois, pediu a cada um deles que escolhesse uma faixa de seu repertório. Finalmente, solicitou que indicassem um(a) cantor(a) ou banda da nova geração para interpretá-la. O resultado (que ainda estou degustando) é o álbum "Heroes", cujo lucro obtido com a venda será utilizado para ajudar crianças em zonas de guerra no Irã, Afeganistão, Congo e em Uganda.



Não, não, eu não esqueci do mais relevante: quem são os artistas, quais são as músicas e quem são os escolhidos. Segue a relação dos 15:
  1. Bob Dylan "Leopard-Skin Pill-Box Hat" (Beck)
  2. Roxy Music "Do The Strand" (Scissor Sisters)
  3. The Clash "Straight To Hell" (Lily Allen)
  4. Paul McCartney "Live And Let Die" (Duffy)
  5. U2 "Running To Stand Still" (Elbow)
  6. David Bowie "Heroes" (TV On The Radio)
  7. Joy Division "Transmission" (Hot Chip)
  8. The Kinks "Victoria" (The Kooks)
  9. Stevie Wonder "Superstition" (Estelle)
  10. Brian Wilson "Wonderful/ Song For Children" (Rufus Wainwright)
  11. Iggy Pop "Search And Destroy" (Peaches)
  12. Bruce Springsteen "Atlantic City" (The Hold Steady)
  13. Elvis Costello "You Belong To Me" (The Like)
  14. The Ramones "Sheena Is A Punk Rocker" (Yeah Yeah Yeahs)
  15. Blondie "Call Me" (Franz Ferdinand)

quarta-feira, 25 de março de 2009

Onde você estava com a cabeça?

Logo, logo Sigmund Freud estará na boca do povo. Não, não, a psicanálise não se popularizará a ponto de ser discutida efusivamente pelas massas, mundo afora. Na verdade, é o delicioso sabor melancia do neurologista austríaco que conquistará as pessoas. O pai da psicanálise acaba de virar pirulito. E já está a venda: por apenas US$ 27,95, você pode comprar essa caixa contendo 24 unidades. Para os analistas mais ortodoxos, vai a mensagem do próprio: "As vezes, um pirulito é só um pirulito".

O hino dos 10k

Muita gente já viu este filme. E quem, como eu, levanta de madrugada (ou vai dormir de madrugada) para poder cumprir seus 10k diários, certamente já se identificou com ele. Peça integrante da campanha Love/Hate, da New Balance, "Anthem" consegue traduzir perfeitamente, em texto e imagens, a profunda dualidade emocional que a corrida provoca entre seus praticantes, alternando prazer e sofrimento, com intensidade e velocidade. Trilha, roteiro, locução e (principalmente) pós-produção impecáveis.


terça-feira, 24 de março de 2009

Uma ação para contar

Para sensibilizar a comunidade local a contribuir com os projetos educacionais que desenvolve junto a crianças de rua, a organização não-governamental Aseema resolveu apostar em uma ação de mídia externa diferenciada, daquelas que você não esquece quando vê. Com o mote "Faça toda criança contar", a campanha consistiu em transformar os bueiros da cidade de Mumbai, na Índia, em ábacos multicoloridos - aqueles instrumentos de cálculo milenar, intimamente ligados à educação infantil. Além desse pleno alinhamento com o conceito da comunicação, a solução ainda permitiu a interação com os próprios beneficiados, já que as crianças acabaram brincando com as peças criadas para ajudá-las.

Tecnologia a serviço do lar

Faço questão de esclarecer de início: não gosto de promover ações, produtos ou serviços que sejam direta ou indiretamente sexistas, machistas. No entanto, assim como ocorreu nesta outra ocasião, acima de minhas convicções pessoais, tenho de cumprir a missão deste blog - que inclui apresentar inovações tecnológicas. Pois então. No cumprimento deste dever, apresento esses novos modelos de controles remotos, desenvolvidos por uma empresa sueca após cinco anos de P&D, para atender exclusivamente aos anseios de namoradas, noivas e esposas mundo afora. O resultado é extraordinário. Interface simples e intuitiva, formato anatômico, indicações objetivas e uma identidade visual agradável e elegante.


Aos interessados: o produto não está a venda, pois ainda estão sendo feitos focus groups para testar a assimilação deste novo conceito junto ao target.

Alimentos blindados

De certa forma, o papel alumínio seguiu o caminho trilhado pela esponja de aço: desenvolveu ao longo do tempo uma polivalência de aplicações nos mais variados segmentos do conhecimento humano, da eletrônica à estética, passando (às vezes) pela culinária. Neste último caso, sua função sempre foi proteger os alimentos, uma vez embalados. A campanha "Keep it Safe", da marca italiana Cuki, amplifica absurdamente esta premissa básica, ao apresentar diversos tipos de alimentos trajando verdadeiras armaduras medievais. Eles não estão apenas protegidos, estão blindados. Se a concepção criativa não é das mais fastásticas, a direção de arte é um primor.

Refil de cerveja

Ingênuo que sou, pensei já ter visto de tudo quando se trata de cerveja. Ou, melhor dizendo, quando se trata de tomar cerveja. Mas eis que a chinesa Tsingtao Beer reconduziu-me ao silencioso recanto da ignorância. É isso mesmo: eles vendem o produto deles em sacolinhas plásticas! Meu Deus... Essa é daquelas descobertas que alteram completamente nossos conceitos sobre a vida.

Mas algo ainda me intriga: como os japas, digo, os chinas, levam o produto pra casa? No porta-malas não rola, de jeito nenhum. Se bem que chinês nem carro tem. É bicicleta. O negócio é equilibrar o precioso líquido no guidão da magrela.

Tá na cara

Para seguirmos adiante, espantando os vampiros de final de semana, nada mais purificador do que recorrer aos símbolos do rock'n roll. Por isso, vamos a Southampton, na Inglaterra, onde uma loja de instrumentos musicais chamada The Guitar Store estilizou sua fachada de maneira a reproduzir (com imensa fidelidade) o lendário amplificador Fender. O efeito é espetacular, tamanho o esmero na reconstituição.



segunda-feira, 23 de março de 2009

Precipitando o definitivo

Vampire Weekend, eis o nome da banda. No ano passado, só se falou neles. Saiu até na famosa lista do Nick Hornby, dos melhores de 2008. Confesso que fiquei desconfiado já pelo nome. Ah, mas que diabos: fui ouvir o som. De imediato, formei juízo: "Bando de playboys branquelos maricas, obcecados por Paul Simon...". Fiquei dias odiando um bongô. Mas, para não ser injusto, intolerante, passada a fobia do atabaque, lá fui eu ouvir de novo. E mais uma vez. E todo mundo falando dos caras. Perguntei para alguns amigos, timidamente para não ser mal interpretado (if you know what i mean), o que eles achavam. Não teve um sequer que conhecia os tais. Pois bem. Dei por encerrado o assunto: "Bando de playboys branquelos maricas, obcecados por Paul Simon.".
Mas eis que, tempos depois, o assunto retorna à pauta do dia: saiu o novo single do Vampire. Desviei do primeiro post, pulei o segundo, me esquivei do terceiro, até que.. Até que me resignei. Vamos acabar logo com isso. E dei o play. Convido você a fazer o mesmo, logo aí abaixo, na esperança de que não tenha uma personalidade previamente sugestiva e influenciável.




E então? Agora sim. Com o novo hit, o amadurecimento da banda, agora sim é possível formar um diagnóstico definitivo: "Bando de playboys branquelos maricas, obcecados por Paul Simon!".

Arabescos de Santana

Atendendo a reiterados pedidos, o Marketing&Stuff inaugura uma nova categoria de conteúdo: os “Sanntanique’s”, posts de marketing geopolítico que abordarão questões relacionadas ao ilustre bairro de Santana. Sempre notei um certo deslumbre entre meus amigos, especialmente entre aqueles que moram em logradouros selvagens, como as Vilas Sei-Lá-Oque e Chácaras Alguma-Coisa, quando, vez por outra, compartilhava os aspectos sociais, ambientais, culturais, desportivos e políticos característicos da região. Por isso, a partir de agora, tornarei periódico o que era esporádico. Desta forma, poderei explicar detalhadamente, por exemplo, o nosso premiado programa de esportes de base, que há mais de 50 anos vem desenvolvendo o críquete, o pólo e o badminton junto a crianças acima dos 8 anos.

Cordas furiosas

Para turbinar a segundona: a belíssima versão dos franceses do Ebene Quartet para a música tema do filme Pulp Fiction.

Shit happens

Já abordei aqui a fixação que os japoneses têm por sanitários. Não faço idéia da origem dessa compulsão, só sei que nesse quesito eles já criaram as maiores extravagâncias que você pode imaginar. Esta idéia, contudo, achei interessante - sobretudo porque presta um serviço de saúde pública. Aos fatos: uma franquia de lanchonetes do país redesenhou todos os banheiros da sua rede para reproduzir a perspectiva de um saltador de esqui na neve, com o máximo de fidelidade possível. Na falta de uma explicação melhor, e seguindo a orientação de marketing, imagino que a necessidade de reformulação da identidade visual dos toilettes foi identificada em pesquisas, que apontaram que a maioria dos clientes sofre de prisão de ventre e tem um tremendo medo de altura. Dessa forma, o ambiente reestilizado propiciaria a "motivação" necessária para que a clientela pudesse se "libertar", consumindo mais nas lojas da rede.

domingo, 22 de março de 2009

"Criativa, mas Irresponsável"

Na peça "Bonitinha, mas Ordinária", o título criado pelo mestre Nelson sintetizou com a crueza contumaz do autor os dilemas advindos do confronto entre faces opostas de uma mesma realidade. Para ilustrar de modo equivalente a dicotomia presente na ação de lançamento do seriado True Blood, da HBO, na Nova Zelândia, uma designação apropriada seria: "Criativa, mas Irresponsável". Com o objetivo de promover a atração, foram espalhados diversos painéis de madeira pela cidade de Auckland. Neles, como mostra a foto abaixo, estão grafados um alerta ("No caso de Vampiros"), uma indicação de uso (anagrama orientando o local exato onde o vampiro deve ser atingido) e um convite ("Destaque aqui") para que você retire sua própria estaca de madeira, na eventualidade de defrontar com um vampiro, hora dessas. Uma solução suja, irreverente, "utilitarista". Bem sacada. Não fosse o fato das estacas, simetricamente dispostas e cuidadosamente entalhadas, serem verdadeiras armas brancas. Imaginou painéis como esse nas proximidades de um estádio de futebol? De uma escola? Ou de uma balada? Dependendo do budget usado na ação, viabiliza até uma guerra civil no país.

Obra moderna, material obsoleto

Não sei o que tem se multiplicado com mais rapidez: se as técnicas criativas ou as formas de divulgação. Falar a verdade, isso é o que menos importa. O fato é que todos os dias somos surpreendidos por artistas plásticos que empregam métodos diferenciados e originais em suas obras. O curioso é notar que a alta tecnologia, na maior parte das vezes, é ignorada nesse processo. O mais comum é rechaçá-la, ainda que de maneira sutil e elegante. As peças abaixo são um bom exemplo. Retratos de astros do rock, como Jimi Hendrix, Jim Morrison e Bob Dylan, integralmente construídos a partir das velhas fitas cassetes. Apesar do material obsoleto, o resultado é bem moderno.

O agradável efeito da perspectiva

Soluções de mídia externa que envolvem sacadas de perspectiva são sempre muito interessantes. Ainda que a lógica seja repetitiva, quando tais peças são observadas sob o ângulo exato em que foram idealizadas, o efeito é sempre muito surpreendente. É justamente o caso desta ação em especial, feita com verba compartilhada entre a loja de animais de estimação JakPetz e o spray anti-pulgas Frontline. Dá para "sentir" a coceira que os transeuntes causam ao adorável labrador.

Por que você está gordo?

Uma parte da resposta reside no fato de, neste exato momento, você estar sentado, lendo esta bobagem, quando poderia estar praticando alguma atividade física - ou deveria estar trabalhando ou estudando. Outra pode ser encontrada no endereço http://thisiswhyyourefat.com/. Contém gordura explícita.

Basta acreditar

Ao retratar a simplicidade mágica da imaginação infantil, esta campanha da Lego resgata (finalmente) a essência do brinquedo honônimo. Funciona como uma reverberação da lúdica visão de mundo propagada pelo escritor escocês James Matthew Barrie, o criador da Terra do Nunca: a vida só é quadrada e monocromática aos olhos de quem (não) vê.



Geopolítica dos seriados

Pesquisador de uma renomada universidade americana (okay, okay: um adolescente nerd impopular. Melhor assim?) fez um levantamento da distribuição geográfica dos principais seriados do país. Como era de se esperar, a geopolítica das sitcoms coloca LA e NYC (que possui um mapa específico) como os centros que concentram o maior número de atrações.

É hora de voltar!

Já era hora: Marketing&Stuff está de volta. Até, subitamente, parar de novo - ainda que penhore a credibilidade de todos os santos para dizer o contrário. Por isso, fique de olho.