domingo, 22 de março de 2009

Obra moderna, material obsoleto

Não sei o que tem se multiplicado com mais rapidez: se as técnicas criativas ou as formas de divulgação. Falar a verdade, isso é o que menos importa. O fato é que todos os dias somos surpreendidos por artistas plásticos que empregam métodos diferenciados e originais em suas obras. O curioso é notar que a alta tecnologia, na maior parte das vezes, é ignorada nesse processo. O mais comum é rechaçá-la, ainda que de maneira sutil e elegante. As peças abaixo são um bom exemplo. Retratos de astros do rock, como Jimi Hendrix, Jim Morrison e Bob Dylan, integralmente construídos a partir das velhas fitas cassetes. Apesar do material obsoleto, o resultado é bem moderno.

Um comentário:

Léo disse...

Como cidadão senior, que já dançou diante de uma vitrola, deprimiu-se quando descobriu seus discos de vinil arranhados e irritou-se com a fita embaralhada dos k7s, esse tipo de coisa me deixa levemente deprimido. Primeiro, porque me sinto jurássico ao ver que as fitas que um dia considerei tão absurdamente modernas são agora, no máximo, matéria-prima para expressões artísticas kitch, como se fossem restos de ferramentas pré-históricas. E,ao mesmo tempo, me sinto melancólico por saber que a atual geração não terá nem o prazer masoquista de ver o seu passado (des)materializado diante de si. Afinal, que obra de arte concreta se pode fazer com extensões .mp3, vídeos do youtube ou efeitos visuais dos i-phones? Nenhuma. O presente de vocês, jovens de agora, se desintegrará no éter, sem deixar rastros.